O canabidiol (CBD) é um fitocanabinoide extraído da Cannabis, com propriedades terapêuticas e curativas, como anticonvulsivante, ansiolítico, antioxidante e anti-inflamatório, e poucos efeitos colaterais. É prescrito com segurança no mundo todo, para animais e humanos, desde crianças até idosos. No Brasil, o CFM (Conselho Federal de Medicina) liberou a prescrição do CBD para crianças e adolescentes com epilepsia em 2014.
Condições de saúde tratadas com canabidiol
Devido a todas as pesquisas já feitas e ainda em andamento, a OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou em 2018 o Critical Review Report (CRR), reconhecendo o valor do canabidiol, considerando-o seguro para pacientes e bem tolerado.
O canabidiol é usado no tratamento de inúmeras doenças, síndromes e condições, seja em direção à cura, seja tratando os sintomas e melhorando a qualidade de vida do paciente.
Estimativas apontam que, somente no Brasil, quase 120 milhões de pacientes podem se beneficiar dos produtos à base de canabidiol.
Canabidiol na psiquiatria e neurologia
Pacientes com Alzheimer, burnout, depressão, epilepsia, esclerose múltipla, Parkinson, Síndrome de Tourette, TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), TEA (Transtorno do Espectro Autista), Transtorno do Estresse Pós-Traumático e outras doenças e transtornos raros podem apresentar melhora no quadro clínico com o uso do CBD.
Canabidiol na gastroenterologia e coloproctologia
Colite ulcerativa e doença de Crohn – ambas doenças crônicas que não têm cura – afetam os intestinos, o cólon, o reto e a vida social dos pacientes. O canabidiol vem sendo usado tanto para tratar os sintomas na fase ativa quanto para aumentar o período de remissão.
O CBD também é recomendado para a saúde digestiva e para o tratamento da obesidade, por exemplo.
Canabidiol na ortopedia e reumatologia
Artrite reumatoide, osteoartrite, fibromialgia e osteoporose: o canabidiol é altamente indicado para o manejo da dor crônica, seja ela ortopédica ou reumática. Ele é capaz de diminuir até 30% as escalas de dor, e aumentar a tolerância à dor, proporcionando melhora da qualidade de vida e retorno às atividades cotidianas.
Canabidiol na genética médica e cardiologia
Aproximadamente 80% das doenças consideradas raras têm origem genética. Cardiomiopatias, aortopatias (cardiológicas), Síndrome de Chediak-Higashi e Síndrome de Hermansky-Pudlac (genéticas) são exemplos de doenças raras que podem ser tratadas com o CBD.
Há uma pesquisa em andamento, conduzida pelo Instituto do Coração (InCor), em conjunto com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sobre a ação do CBD na melhora das condições clínicas e psíquicas dos pacientes com insuficiência cardíaca.
Canabidiol na oftalmologia
O CBD é indicado para o tratamento de glaucoma, pois ele reduz a pressão intraocular, as dores e as reações adversas dos medicamentos tradicionais.
Canabidiol na oncologia
O CBD age como um supressor de tumores, com ação anti-inflamatória, no manejo da dor, no controle de efeitos colaterais da quimioterapia, e para ajudar com a ansiedade e depressão que o diagnóstico da doença traz. Leia mais sobre o assunto aqui.
Canabidiol e atletas
O canabidiol foi excluído da lista de substâncias proibidas da WADA (Agência Anti-Doping Mundial). Como há muitas substâncias elencadas no rol de produtos e medicamentos proibidos, o CBD surgiu como uma ferramenta muito útil para tratar diversas questões que os atletas profissionais possam ter.
Canabidiol e menopausa
A menopausa traz, entre outras mudanças, um déficit de memória para as pessoas que menstruam. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) concluiu que o canabidiol (CBD) é capaz de resolver o problema do déficit de memória associado à menopausa.
Canabidiol no Brasil e no SUS
No Brasil, há atualmente 25 produtos de Cannabis aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em 2023, a Defensoria Pública da Bahia garantiu que um bebê de um ano tenha produto a base de CBD fornecido gratuitamente para o tratamento de epilepsia refratária.
Há um projeto de lei (PL 89/2023) em andamento, que institui a Política Nacional de Fornecimento Gratuito de Medicamentos Formulados de Derivado Vegetal à Base de Canabidiol, nas unidades de saúde públicas e privadas conveniadas ao SUS (Sistema Único de Saúde). Em paralelo a isso, o estado de Sergipe e São Paulo já fizeram movimentos em torno da distribuição gratuita do CBD pelo SUS.
A Anvisa emitiu uma nota técnica hoje, dia 20/07, informando que não concederá novas autorizações nem comprovantes de cadastro para a importação da planta cannabis in natura, partes da planta ou flores, popularmente conhecida como Maconha. No entanto, é essencial esclarecer que essa nova regulamentação não afeta em nada os produtos derivados da cannabis para uso medicinal mediante prescrição. Assim, os tratamentos com canabidiol (CBD) e outros produtos à base de cannabis continuam autorizados para pacientes que necessitam dessas terapias.
