O CBD no Tratamento Infantil

O canabidiol (CBD) é um substrato da Cannabis e, embora tenha eficácia comprovada no tratamento de dezenas de doenças e transtornos, principalmente as que atingem o sistema nervoso central, ainda é bastante estigmatizado no Brasil. Dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) relatam que mais de 100 mil pessoas realizam algum tipo de tratamento que seria beneficiado com o uso do CBD.

Como o assunto é polêmico e muitas dúvidas surgem acerca da segurança do uso de canabidiol em crianças, responderemos às perguntas mais frequentes sobre o assunto.

O CBD pode ser usado para tratar crianças?

Sim. Não há riscos do uso do canabidiol por crianças. É importante ter um profissional de saúde de confiança que prescreva e acompanhe a dosagem do CBD para a criança, para que os pais e tutores possam tirar todas as dúvidas sobre o andamento do tratamento.

O CBD pode causar efeitos psicoativos em crianças?

Não. Nem em crianças, adolescentes ou em adultos. A substância responsável pelo efeito psicoativo é o THC (Tetrahidrocanabinol). Quando ele faz parte da composição do óleo de canabidiol, é em quantidades mínimas, que não oferecem risco.

Existe alguma contraindicação do uso do CBD por crianças?

Não. No entanto, é extremamente importante que os responsáveis comprem o produto à base de CBD de uma fonte segura. Além disso, há necessidade da indicação de um profissional de saúde habilitado para prescrever o medicamento.

O que o CBD pode tratar em uma criança ou adolescente?

Dezenas de doenças e transtornos podem ser tratados com o uso de CBD, mas em crianças e adolescentes os principais são epilepsia, TEA (Transtorno do Espectro Autista) e TDHA (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Epilepsia, canabidiol e crianças

A epilepsia é uma doença que causa crises convulsivas, e é muito comum de aparecer na infância. Os quadros de convulsões frequentes podem ser reduzidos, ou até mesmo desaparecerem, com o uso do CBD. Um estudo publicado em 2021 no Brazilian Journal of Development mostrou que o CBD resulta na redução das convulsões em pelo menos 50% dos pacientes. Além disso, há indícios de ganhos cognitivos e comportamentais.

TEA, canabidiol e crianças

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficit na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipias e repertório restrito de interesses e atividades. É dividido de acordo com o grau de suporte (nível 1: necessidade de pouco apoio; nível 2: necessidade moderada de apoio; nível 3: muita necessidade de apoio substancial). Cada criança tem características e manifestações próprias.

O tratamento é multidisciplinar e envolve acompanhamento psicológico, fonoaudiólogo, terapias ocupacionais, mediação escolar, e em alguns casos fisioterapia e medicação específica, para sintomas como irritabilidade, insônia e desatenção.

O canabidiol pode ser usado para atenuar os sintomas relacionados ao TEA e também para diminuir os efeitos colaterais das medicações alopáticas. Um estudo de pequena escala, feito em 2019 e publicado na Frontiers in Neurology, envolvendo 18 pacientes entre 6 e 17 anos, mostrou que 78% apresentaram melhoras nos principais sintomas relacionados ao autismo.

TDAH, canabidiol e crianças

O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e  acompanha o indivíduo por toda a sua vida. É caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É o transtorno mais comum em crianças e adolescentes (3 a 5% das crianças do mundo têm TDAH). O CBD deve ser usado no tratamento de crianças e adolescentes com TDAH para regular o sistema nervoso superativado, trazendo um equilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático, para tratar os sintomas associados (como insônia, depressão, ansiedade, falta de concentração, falta de memória e alterações do humor).

O canabidiol, ao contrário de muitos medicamentos alopáticos usados para tratamento em crianças, não apresenta efeitos colaterais graves, têm gigantesca segurança farmacológica e toxicidade praticamente nula.

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