Encefalopatia Hepática

A encefalopatia hepática é uma doença associada a alterações hepáticas, que abrange um amplo espectro de distúrbios neurológicos. Além de pacientes com insuficiência hepática aguda ou crônica, também pode acometer pessoas submetidas à derivação portossistêmica. Veja a seguir mais detalhes sobre a encefalopatia hepática e o melhor tratamento.

Encefalopatia Hepática: o que é?

A encefalopatia hepática é uma doença caracterizada pela deterioração da função cerebral devido a problemas graves no fígado, como insuficiência hepática, tumor ou cirrose.

A doença se caracteriza por alterações que variam de desempenho cognitivo próximo do normal (difícil de ser identificado, geralmente só os familiares conseguem perceber) a estados de confusão, estupor e coma. No entanto, os sinais mais comuns são alterações comportamentais, alterações do sono (com inversão do ciclo sono-vigília), inchaço abdominal, olhos amarelados, tremores, mioclonia (contração muscular involuntária especialmente nas mãos e nos pés), flapping (movimento repetitivo estereotipado de sacudir as mãos) e confusão mental, como desatenção, embotamento afetivo e comprometimento da memória.

O sistema hepático, quando em mau funcionamento, libera substâncias tóxicas – que normalmente seriam eliminadas pelo fígado – que se acumulam no sangue e chegam ao cérebro. Além disso, a encefalopatia hepática pode ser desencadeada por sangramento no trato digestivo, infecção, automedicação ou uso incorreto de medicamentos e TIPS (shunt portossistêmico intra-hepático transjugular).

TIPS: Shunt portossistêmico intra-hepático transjugular

O shunt portossistêmico intra-hepático transjugular (TIPS) é um procedimento terapêutico para pacientes com consequências de hipertensão portal grave, como sangramento por varizes ou ascites refratárias. A derivação portossistêmica reduz a pressão portal elevada, e é mantida patente pela implantação de um stent que permite que o sangue retorne a circulação sistêmica.

Entretanto, a inserção do TIPS pode ocasionar o surgimento da encefalopatia hepática, uma vez que o sangue venoso portal é desviado através do fígado, limitando o processo de filtragem metabólica e aumentando os riscos de de metabólitos tóxicos na circulação.

Encefalopatia Hepática: tratamento

O tratamento da encefalopatia hepática consiste principalmente na investigação das causas ou elementos desencadeadores e eliminação de substâncias tóxicas do intestino. 

Na busca por eliminar quaisquer fatores desencadeantes ou substâncias tóxicas, algumas estratégias são adotadas, como por exemplo:

  • Administração de lactulose, que é um açúcar sintético administrado por via oral, com ação laxante, para acelerar a passagem dos alimentos. Dessa maneira, a lactulose diminui a quantidade de amoníaco absorvido pelo organismo, e
  • Administração de antibióticos de via oral que não sejam absorvidos pelo intestino. 

A rifaximina é um princípio ativo de alguns medicamentos e que reduz o número de bactérias que formam toxinas durante a digestão. É destinada para o tratamento e redução da recorrência de episódios de encefalopatia hepática em adultos com doença hepática. Estudos clínicos apontam que 91% dos pacientes que fazem uso da rifaximina juntamente com a lactulose obtiveram sucesso no tratamento.

A encefalopatia hepática, na maioria dos casos, tem cura. A recuperação total é possível, sobretudo se a doença for desencadeada por causas passíveis de controle. Contudo, pacientes com distúrbio hepático crônico podem vir a ter futuros episódios de encefalopatia. E o tratamento garante a todos uma vida normal. Por isso, é tão importante procurar orientação médica, se houver suspeita da doença, e principalmente adesão ao tratamento.

Gostou do conteúdo? Compartilhe
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn