Puberdade precoce: os riscos e como tratá-la

A puberdade é o processo de amadurecimento do corpo, que percebe que precisa se preparar para a procriação. Esse processo acontece em etapas e é diferente para meninas e meninos. A seguir, vamos entender o que é puberdade precoce, seus riscos e o tratamento.

Puberdade precoce: o que é?

O começo da puberdade nos meninos geralmente começa aos 10 anos. É quando os testículos aumentam a produção de testosterona, que é responsável pelo amadurecimento do órgão reprodutor, pelo crescimento dos músculos e ossos, pelo surgimento de pelos pubianos, das axilas e do rosto e por engrossar a voz.

Nas meninas, os primeiros sinais da puberdade começam a surgir com 9, 10 anos. E o primeiro marco é o desenvolvimento dos seios, seguido por crescimento dos pelos pubianos e na axila, mudança no formato do corpo (percentual de gordura corporal aumenta e se acumula nos quadris e coxas) e culmina na primeira menstruação.

Ainda não se sabe ao certo o motivo, mas a média de idade para para primeira menstruação hoje é muito menor do que era no início do século XX. Algumas hipóteses atribuem essa redução à mudanças na alimentação e nos estímulos ambientais ao longo dos últimos cem anos.

Quando os primeiros sintomas da puberdade aparecem antes da idade média, o ideal é que o responsável leve a criança ao seu médico de confiança e investigue.

Puberdade precoce em meninas: indícios

Meninas de 8 anos ou menos, que tenham alguns dos sintomas a seguir, devem estar na puberdade precoce:

  • Aparecimento de pelos, 
  • Aumento das mamas, 
  • Estirão de crescimento em crianças muito pequenas, 
  • Pele oleosa e acneica, 
  • Mudança de comportamento,
  • Dor nas axilas.

Puberdade precoce em meninas: riscos

A puberdade já é uma fase difícil na vida das adolescentes. Além de ter de lidar com as alterações do corpo e mudanças de comportamento, ainda há alguns riscos para a saúde.

Se um endocrinologista pediátrico confirmar que a menina está, de fato, passando pela puberdade precoce, o ideal é que esse processo seja interrompido.

Durante a puberdade, o cérebro produz maior quantidade do hormônio GNRH (hormônio liberador de gonadotrofina), que aumenta a produção dos hormônios LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante). Esses hormônios dão início a um longo processo que leva ao desenvolvimento dos seios, aumenta o ritmo de crescimento e gera as mudanças no formato do corpo, além de afetar o humor e o comportamento. 

Quando todos esses hormônios são produzidos antes do tempo ideal, a paciente vai crescer muito rapidamente, e parar de crescer rápido também, uma vez que a menstruação desacelera demais o processo de crescimento. Isso significa que uma jovem que, no tempo certo, poderia crescer até os 12 anos, vai parar de crescer aos 8.

Há também os riscos sociais. Uma menina com mudanças significativas no corpo precocemente corre o risco de ser hipersexualizada mais cedo. O desequilíbrio hormonal também acarreta na diminuição da infância, na não aceitação do próprio corpo e pode levar à depressão.

Além disso, alguns estudos correlacionam a puberdade precoce a um risco aumentado de certos tipos de câncer na vida adulta.

Como tratar a puberdade precoce?

É preciso tentar entender a causa para encontrar o melhor tratamento para a puberdade precoce. 

A obesidade infantil é um dos motivos que podem levar à puberdade antes do tempo. Nesse caso, o tratamento é combater a obesidade.Tratamento esse multidisciplinar, que envolve pediatra, nutricionista, educador físico e psicólogo, algumas vezes. 

Se a puberdade precoce for causada pelo adiantamento da liberação dos hormônios, o processo precisa ser interrompido o quanto antes, com bloqueadores hormonais.

Os bloqueadores hormonais são injeções de análogos ao GNRH, que devem ser aplicadas com intervalos de 1, 3 ou 6 meses, de acordo com o acompanhamento e indicação do endocrinologista pediátrico que acompanha a criança.

Alguns meses, no máximo um ano, após o fim das aplicações das injeções, a menina terá o processo de puberdade normal.É importante ressaltar que os bloqueadores hormonais não afetam em nada a fertilidade dessa criança no futuro. Esses medicamentos são extremamente seguros e não apresentam efeitos colaterais graves.

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