Maio Roxo: Mês de Conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais

Maio Roxo: Mês de Conscientização da Doenças Inflamatória Intestinal

Estimativas apontam que mais de 5 milhões de pessoas no mundo todo vivem com doenças inflamatórias intestinais (DII). A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) divulgou recentemente que alguns trabalhos científicos demonstram tendência de aumento de casos de DII no país. Para estimular o debate e chamar a atenção da sociedade para as DII, em 19 de maio acontece o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal e no Brasil temos o Maio Roxo.

Mas afinal, o que são as doenças inflamatórias intestinais?

O que são Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)?

As doenças inflamatórias intestinais são, predominantemente, a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Ambas são doenças inflamatórias crônicas autoimunes do trato digestório.

Retocolite Ulcerativa

A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória que se caracteriza por inflamação e formação de úlceras no cólon, parte do intestino grosso. Os principais sintomas são diarréia muito frequente, com sangramento retal, que pode ser seguida de dor abdominal.

A retocolite ulcerativa afeta apenas o cólon. A inflamação ocorre no reto e estende-se até o cólon de modo contínuo, não atingindo nenhuma outra área do intestino.

Doença de Crohn

A Doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal, que afeta a parte inferior do intestino delgado e o cólon, mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. No entanto, ela pode atingir da boca ao ânus e a maior parte do acometimento ocorre nos intestinos delgado e grosso. Além disso, se apresenta de forma espaçada e atinge camadas mais profundas.

Os sintomas mais habituais são diarréia, cólica abdominal, sangramento retal e febre em alguns casos. É possível que o paciente apresente perda de apetite e de peso. Os sintomas podem alternar entre leve e grave, mas as pessoas com doença de Crohn, desde que sigam o tratamento, podem ter vida ativa e produtiva.

É uma doença crônica e, como tal, seu tratamento visa a reduzir a inflamação e controlar os sintomas. 

Sintomas da DII

Os principais sintomas, que podem piorar depois da ingestão de alimentos específicos, como cafeína, álcool e preparos gordurosos, são:

  • desconforto abdominal;
  • sensação de barriga estufada;
  • dor;
  • cólicas;
  • alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre;
  • flatulência (gases) exagerada;
  • sensação de esvaziamento incompleto do intestino.

Como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa têm sintomas muito parecidos, e às vezes é difícil diferenciar uma da outra, as duas condições são tratadas como doenças inflamatórias intestinais (DII). Na doença de Crohn, todas as camadas do trato digestório estão envolvidas e pode haver segmentos de intestino saudável, normal, entre os segmentos do intestino doente. Já a retocolite ulcerativa afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon, e de modo contínuo.

Causas da DII

Não há causas conhecidas para as DII, mas diversos fatores são propícios para o surgimento das Dii. Entre os principais, encontramos:

  • motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum;
  • contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
  • hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e às alterações psicológicas;
  • níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
  • infecções e processos inflamatórios;
  • depressão e ansiedade.

As DII podem passar longos períodos sem nenhuma manifestação de sintomas, mas distúrbios intestinais ou questões emocionais podem desencadear novamente os sintomas.

O tratamento é multifatorial e envolve:

  • mudanças na alimentação – comidas gordurosas, açúcar, produtos com sorbitol, vegetais que aumentam a produção de gases (feijão, repolho, batata doce), laticínios, alimentos picantes ou com muito conservantes devem ser evitados, além de álcool e cafeína;
  • no estilo de vida – adotar uma rotina de atividades físicas diária, não fumar e se beneficiar de psicoterapia e outras abordagens terapêuticas;
  • o uso de medicamentos em fases mais agudas, de maior desconforto. 

Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal

Em 2010, diversas instituições se juntaram, entre elas Crohn’s and Colitis Foundation (EUA), Crohn’s and Colitis Foundation Canadá, Crohn’s and Colitis Austrália, Crohn’s and Colitis Reino Unido, ABCD (Brasil) e a Federação Europeia de Crohn’s e Associações de Colite Ulcerativa (EFCCA), para mostrar apoio às pessoas que vivem com DII, por se tratar de uma condição com pouca compreensão pública da dor e do sofrimento crônico que os pacientes enfrentam.

No Brasil, a ABCD (Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn) está promovendo a campanha com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e parlamentares e promover maior conscientização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Eventos como caminhadas, palestras, simpósios, distribuição de informativos e campanhas na mídia acontecerão durante todo o mês de maio. Você pode acessar o folheto da campanha aqui.

Para saber mais sobre o evento, acompanhe o site da campanha WorldIBDDay. Só debatendo e discutindo sobre o assunto que cada vez mais pessoas terão acesso a um diagnóstico precoce. Quanto mais cedo, melhor qualidade de vida os pacientes com DII têm.

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