A Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos é uma campanha organizada em conjunto pela OMS (Organização Mundial da Saúde), pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial pela Saúde Animal (OIE). Acontece anualmente entre 18 e 24 de novembro.
Em 2021, o tema escolhido é “Dissemine a Conscientização, Pare a Resistência”.
Objetivo da A Semana Mundial de Conscientização sobre o Uso de Antimicrobianos
A campanha tem como objetivo incentivar todas as partes da sociedade, legisladores, profissionais da saúde e o público em geral a reconhecer que todos podem ser agentes da conscientização sobre a resistência antimicrobiana.
Para evitar o uso indiscriminado de antibióticos, em 2010 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de antibióticos sem prescrição médica.
De acordo com a OMS, o Brasil ocupa a 17ª posição entre 65 países pesquisados sobre a quantidade de antibióticos consumidos. Os dados revelam um consumo muito alto, oriundo da automedicação.
Antimicrobianos
Os antimicrobianos usados para o tratamento de doenças são os antibióticos e os quimioterápicos. Possuem atividade anti-bacteriana, anti-fúngica, anti-parasitária, anti-viral e antiblástica. Ou seja, os medicamentos são usados para causar a morte microbiana ou a inibição de crescimento. Quanto aos antibióticos, existem os de largo espectro – com atividade contra diversos microrganismos – e os de curto espectro, que agem contra específicos grupos bacterianos.
Eles podem ser divididos em:
- Betalactâmicos;
- Aminoglicosídeos;
- Tetraciclinas;
- Rifamicinas:
- Macrolídeos;
- Cloranfenicol;
- Quinolônicos;
- Sulfonamidas;
- Trimetoprim e
- Metronidazol.
Resistência antimicrobiana
A resistência microbiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam com o tempo (e com o uso de medicação errada) e não respondem mais ao tratamento. Os microorganismos que desenvolvem resistência são chamados de superbactérias.
Elas dificultam o tratamento das infecções, aumentam o risco de contaminação, levando a doenças mais graves e até a morte. As superbactérias são responsáveis pelo aumento da mortalidade de pacientes internados em hospitais, principalmente em unidades de terapia intensiva, oncologia e neonatologia.
As medidas para prevenir a infecção incluem vacinar, praticar sexo seguro, boa higiene das mãos, práticas de segurança alimentar e aumentar a disponibilidade de água e instalações sanitárias.
A resistência antimicrobiana é um problema multifatorial, que afeta a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. Portanto, é preciso abordar essa questão em várias frentes, com ação em todas as esferas governamentais, no setor privado e na sociedade, o que possibilita que seja tratada eficazmente para alcançar melhores resultados globais.
Como prevenir a resistência antimicrobiana?
Prevenir a resistência antimicrobiana é um trabalho que envolve prevenir as infecções, tratá-las corretamente e monitorar os casos de resistência.
No que tange à prevenção das infecções, adotam-se medidas como vacinar a população, praticar sexo seguro, higienizar as mãos corretamente, ofertar água potável e cuidados ambientais, como segurança alimentar, tratamento de esgoto e coleta de lixo seletiva. Ainda há a educação comunitária e um trabalho de conscientização da população.
Quanto ao tratamento das infecções, deve haver uma prescrição adequada, de preferência que seja seguida de exames mais específicos, cumprimento e fiscalização da lei sobre venda de antibióticos sem receita médica e ressaltar a importância de não se automedicar para a população geral.
Já o monitoramento da resistência e infecções associadas à assistência à saúde é um trabalho de âmbito hospitalar. Essa pesquisa é importante para que os casos de superbactérias não se repitam constantemente, já que elas são responsáveis por um grande aumento nos custos médicos, com medicamentos mais caros e tempo de internação hospitalar prolongado.