Surdez: causas, tipos e prevenção

Dia 26 de setembro foi a data escolhida para marcar o Dia Nacional dos Surdos. Nessa data também se celebra o Dia Internacional da Linguagem de Sinais, e a última semana completa de setembro recebe a Semana Internacional dos Surdos.

Todas essas datas comemorativas propõem a reflexão e o debate sobre os direitos e a luta pela inclusão das pessoas surdas na sociedade, no Brasil e no mundo.

Os surdos no Brasil

No Brasil, a Lei 10436/02 foi um marco na luta da comunidade surda brasileira, ao reconhecer a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão e determinar o apoio na sua difusão e uso pelo poder público.

Uma pesquisa feita em 2019 pelo Instituto Locomotiva, junto com a Semana da Acessibilidade Surda confirmou que há 10,7 milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva no país. Desses, cerca de 5,8 milhões são considerados surdos. 

Surdez: causas e tipos

Surdez é a impossibilidade ou dificuldade de ouvir. As causas variam de acordo com os tipos de deficiência.

A surdez condutiva – ou de condução – é quando há interferência na condução do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. É causada pelo acúmulo de cera de ouvido, otite ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. Na maioria dos casos, o tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias. 

Na surdez neurossensorial há uma impossibilidade de recepção por lesão na orelha interna ou no nervo auditivo, e pode ser causada por viroses, meningites, determinados medicamentos ou drogas, exposição a ruído de alta intensidade, idade, traumas, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores… O tratamento varia de acordo com cada caso, e é feito com medicamentos, cirurgias, uso de aparelho, mas às vezes o dano é irreversível.

Há também a surdez central, quando há diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras.

Há outras causas para a surdez, como:

  • nascimento prematuro;
  • predisposição genética;
  • baixo peso ao nascer;
  • uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;
  • infecções congênitas – sífilis, toxoplasmose, rubéola, etc.

Quanto ao tipo, ela é classificada em:

Surdez ligeira

Perda auditiva de até 40 decibéis. Determinados elementos fonéticos escapam à compreensão do indivíduo, embora as palavras em geral sejam ouvidas. 

Surdez média

Perda auditiva entre 40 e 70 decibéis. As palavras são ouvidas a uma intensidade muito forte. Há perturbação da articulação das palavras e da linguagem, dificuldades em falar ao telefone e necessidade de leitura labial para a compreensão plena.

Surdez severa

Perda auditiva entre 70 e 90 decibéis. As palavras em tom normal não são percebidas, sendo necessário que as outras pessoas gritem para que haja sensação auditiva. Perturbações na voz e na fonética da palavra e intensa necessidade de leitura labial. 

Surdez profunda

Perda auditiva superior a 90 decibéis. Ausência de sensação auditiva, com dificuldades intensas na aquisição da linguagem oral, mas adquire facilmente a linguagem de sinais.

Cofose

Acima de 120 decibéis. Casos raros, onde há surdez completa e ausência total da capacidade de perceber sons.

Surdez: prevenção

Há diferentes maneiras de prevenir alguns tipos de surdez. 

  • Pré-natal: doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose durante a gestação podem causar surdez no bebê;
  • Vacina contra a rubéola: antes da adolescência, as mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola, para que durante a gestação elas estejam protegidas;
  • Teste da orelhinha: é um teste simples e gratuito, feito na maternidade, entre o 2º e 3º dia de vida dos bebês, para avaliar a audição e detectar precocemente algum grau de surdez no bebê;
  • Atenção a objetos pontiagudos: canetas, clips, grampos, hastes flexíveis de algodão… Se introduzidos nos ouvidos, podem causar lesões no nervo auditivo;
  • EPI: os equipamentos de proteção individual (EPI) devem ser oferecidos aos trabalhadores expostos a ruído debilitante;
  • Medicina do Trabalho: acompanhamento periódico da saúde auditiva dos funcionários, por parte das empresas, e preocupação com o ruído no ambiente de trabalho.

Adotar essas medidas simples pode evitar a surdez, ou identificá-la precocemente.

A Futura Medicamentos advoga por respeito e acessibilidade, para que os surdos não sejam invisibilizados e possam levar uma vida plena, com autonomia.

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