Conviver com o vírus HIV e viver com AIDS são coisas bastante diferentes. Uma pessoa soropositiva pode viver décadas sem desenvolver a doença ou apresentar quaisquer sintomas. Nem todas as pessoas que vivem com o vírus chegam a desenvolver a síndrome, por conta das variações dos sistemas imunológicos de cada indivíduo.
De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas HIV/AIDS (UNAIDS), o estigma e a discriminação são alguns dos principais empecilhos para cuidado, prevençaõ e tratamento em relação ao HIV.
Estigmas em relação ao HIV
Pesquisas apontam que a discriminação prejudica os esforços no combate a epidemia do HIV. Por medo, as pessoas têm vergonha de procurar informações, serviços ou métodos que reduzam o risco de infecção.
O medo de sofrer algum tipo de violência está intrinsecamente ligado aos estigmas da doença. Por isso, pessoas que vivem com o HIV temem contar aos membros da família e até aos parceiros sexuais sobre a sua condição. Além disso, muitos não sentem vontade ou capacidade de começar e manter o tratamento.
Com o objetivo de diminuir o preconceito e instruir a população, a UNAIDS criou um Guia de Terminologia do UNAIDS.
HIV
É uma sigla inglesa para vírus da imunodeficiência humana. Logo, HIV é o vírus.
Ele ataca as células sanguíneas brancas (leucócitos), encarregadas da defesa e proteção do organismo de doenças. O vírus se insere dentro do DNA dos leucócitos, se replica milhões de vezes e segue em busca de outras células para continuar a infecção.
AIDS
É uma sigla na língua inglesa para síndrome da imunodeficiência adquirida. Logo, é a doença desenvolvida pelo HIV. Quando o vírus destrói as células de defesa, o organismo se torna mais vulnerável a outras doenças, como um resfriado simples ou uma tuberculose. É considerado o estágio mais avançado da infecção.
Palavras e expressões a se evitar
- Vírus da AIDS – É HIV. Não existe vírus da AIDS (vírus HIV é redundante, o V da sigla significa vírus);
- Aidético – é agressivo e estigmatizante. Use ‘pessoa soropositiva’ ou ‘pessoa vivendo com HIV’;
- Infectado com AIDS – A AIDS não é um agente infeccioso. Essa expressão está incorreta;
- Teste da AIDS – O correto é ‘teste de HIV’ ou ‘teste de anticorpos do HIV’;
- Vítima da AIDS – ‘vítima’ reduz a pessoa a um estado desempoderado e estigmatizado. É melhor dizer que a pessoa foi atacada por infecções ou doenças oportunistas relacionadas à AIDS;
- Risco de AIDS – ‘risco de infecção pelo HIV’ ou ‘risco de exposição ao HIV’ são formas mais apropriadas de se dizer isso.
Somos responsáveis pelo que dizemos e como dizemos. A fala molda crenças e influencia comportamentos, positiva ou negativamente. Façamos o possível para combater o preconceito e trazer uma melhor qualidade de vida às 37 milhões de pessoas que vivem com HIV no mundo.