A confusão entre cânhamo e maconha é muito comum, embora as diferenças entre as duas plantas sejam fáceis de serem identificadas, tanto no aspecto genético quanto na finalidade do uso. Mas o que é o cânhamo? Para que serve? Quais os benefícios?
Cânhamo – o que é?
O cânhamo é a cannabis ruderalis, uma planta variante da cannabis sativa com concentração de tetrahidrocanabinol (THC) bem baixa, menos de 0,3%. O THC é o principal agente psicoativo da maconha. Esse nível de THC é 33 vezes menor do que o encontrado na maconha menos potente. Logo, o uso do cânhamo não tem efeito psicotrópico.
No entanto, o cânhamo tem teor de canabidiol mais alto do que a cannabis sativa.
Mesmo assim, ambas as cannabis são proibidas no Brasil.
Para que serve o cânhamo?
As sementes do cânhamo são usadas para a produção de alimentos, suplementos nutricionais, medicamentos e cosméticos. Já o caule e as fibras têm utilidade para a produção de papel, tecidos, cordas, compostos plásticos e materiais de construção, por ser extremamente resistente e durável.
Óleo de cânhamo
O óleo essencial de cânhamo vem sendo usado há milênios na medicina natural. Mazelas como ansiedade, depressão, insônia, glaucoma, convulsão, epilepsia, esclerose múltipla, Alzheimer, Parkinson, doenças reumatológicas, autoimunes e dores crônicas podem ter seus sintomas atenuados com o uso do óleo de cânhamo. Além disso, ele também pode trazer qualidade de vida para pacientes em tratamentos quimioterápicos, ou de doenças terminais.
Diferenças entre cânhamo e maconha
Para resumir, o cânhamo:
- É uma planta alta e esguia, com poucas ramificações laterais;
- Pode ser usado integralmente para a extração de canabinóides;
- Alto teor de canabidiol;
- Imenso potencial terapêutico e medicinal;
- Contém menos de 0,3% de THC;
- Não tem ação psicotrópica.
Já a maconha:
- É uma planta baixa, encorpada e com muitas flores;
- Caule e fibras não utilizados, apenas as flores;
- Uso recreativo e medicinal
- Contém até 30% de tetrahidrocanabinol;
- Possui efeitos psicoativos.
O Cânhamo é rico em ômega 3, ajuda na prevenção de doenças cardíacas, é rico em fibras e ajuda no trato intestinal, é usado na indústria cosmética para tratamento de acne, eczemas e outras condições de pele e, para finalizar a longa lista de benefícios, possui vitamina E e minerais como manganês, fósforo, zinco e magnésio.
Em 2019, o mercado do cânhamo industrial foi avaliado em quase 5 bilhões de doláres, e de lá para cá não parou de crescer. O principal projeto de lei que trata da regulamentação do cânhamo para uso industrial e medicinal no Brasil é o PL399/15, e, como pudemos ver, não há motivos para que ele não seja aprovado em breve.