O canabidiol (CBD) é um ingrediente ativo da cannabis, e é um produto ainda considerado novo no Brasil, e por isso desconhecido da maioria da população. A dosagem desse produto precisa ser acompanhada pelo médico que o prescreve, pois pode fazer toda a diferença no tratamento de inúmeras doenças.
Canabidiol – apresentação
O canabidiol pode ser encontrado em diversas formas, como óleo, comprimido ou creme. Como em qualquer medicamento, as dosagens variam de acordo com a apresentação e o uso recomendado. No Brasil, só é autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a venda do medicamento à base de canabidiol como óleo.
Os produtos à base de CBD oferecem incontáveis benefícios à saúde, mas também podem representar riscos, principalmente se ofertados com a dose incorreta. O aumento da demanda do mercado por produtos com canabidiol está maior do que a atualização do corpo médico quanto ao uso adequado. Alguns profissionais ainda seguem confusos sobre leis, posologia, segurança e eficácia do CBD.
A preocupação com a dosagem faz parte de todo tratamento terapêutico medicamentoso, pois frequência e dosagem são responsáveis pelo sucesso do tratamento. Por isso, muitas especialidades médicas requerem consultas rotineiras para acompanhamento e ajuste de medicação, como psiquiatria, neurologia, cardiologia e endocrinologia, por exemplo.
Atuação do canabidiol
Ao contrário da maioria das drogas comerciais, o canabidiol tem uma ação diferenciada. O sistema endocanabinoide, onde o CBD atua, tem uma resposta diferente em cada organismo. Isso influencia diretamente na quantidade a ser administrada.
O canabidiol começa a agir quando é absorvido pelo organismo e, assim, interage com outras células através do sistema endocanabinoide, que tem capacidade de se relacionar com grande parte dos tecidos do corpo humano.
Essa relação é o que permite que o canabidiol possa ser usado no tratamento de tantas enfermidades e doenças variadas.
Nesse estudo de 2016, podemos ver que o CBD tem efeitos anti-inflamatórios, neuroprotetores, anticonvulsivantes, relaxantes musculares, antioxidantes e antipsicotrópicos em diferentes doses. Essa pesquisa aponta o potencial analgésico do canabidiol, que pode também ser usado para tratar distúrbios do sono. E há uma década que o potencial neuroprotetor do CBD é estudado.
Óleo de canabidiol
Embora a Anvisa só autorize o uso de medicamentos à base de canabidiol por via oral ou inalação, há diferentes apresentações no mundo inteiro.
Essa diversidade acontece devido à sua plasticidade celular, que, tal como ele se liga a diferentes células do corpo, ele também pode ser utilizado de modos distintos.
A maneira mais comum é o óleo de canabidiol. Há 3 tipos:
- isolado – contém apenas o canabidiol;
- full spectrum – contém todos os compostos extraídos da cannabis;
- broad spectrum – mistura do isolado com o full spectrum.
Além do óleo, o canabidiol pode ser pode ser dispensado em:
- Cápsulas de canabidiol – comprimidos, cápsulas, drágeas;
- Produtos de uso tópico – pomadas, cremes, unguentos, e até produtos de beleza;
- Vaporizadores – inaladores;
- Comestíveis – balas, chocolates e bolos.
Principais fatores para posologia do canabidiol
Para definir a posologia do CBD, o médico deve avaliar os seguintes quesitos:
- A potência do medicamento;
- O peso do paciente;
- O efeito esperado;
- A via de administração.
Por não ter uma dosagem padronizada como mínima, geralmente inicia-se o tratamento com baixas quantidades, que podem ser aumentadas devido à resposta do tratamento do paciente. Ou seja, a prática é começar com poucas gotas do óleo e ir aumentando gradativamente.
A FDA (Food and Drug Administration), para o tratamento de epilepsia, preconiza uma primeira dose de 5mg do canabidiol, devendo ser acompanhada a evolução do tratamento. Não havendo progresso, aumenta para 10mg na segunda semana, podendo chegar a porção máxima de 20mg na quarta semana, caso não haja sucesso com a dosagem menor.
Para TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), um estudo recomendou doses diárias de 300mg de óleo de canabidiol.
No geral, as dosagens começam em 10mg/dia, e chegam a no máximo 600mg/dia, no caso desse estudo sobre pacientes com Parkinson.
Mas lembre-se: a dosagem do medicamento é personalizada, não importa para qual condição seja o tratamento. O médico precisa analisar a situação do paciente, prescrever uma dose e acompanhar os efeitos. O acompanhamento médico é essencial para a dosagem correta e para a prescrição do óleo em forma de gotas.