Cannabis Medicinal no tratamento da dor crônica

A dor crônica afeta 20,5% da população mundial, e 2 em cada 5 adultos acreditam que têm a qualidade de vida afetada por ela. Os custos gerais da dor crônica (tratamento, despesas com ausência de trabalho, etc) chegam a U $635 bilhões no ano. Entenda um pouco mais sobre dor crônica e como a cannabis medicinal -em especial o canabidiol – pode auxiliar

Dores crônicas

A Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED) recentemente informou que 37% dos brasileiros relatam sentir dor crônica. São 60 milhões de pessoas que não conseguem fazer atividades rotineiras, que precisam faltar ao trabalho e que têm sua qualidade de vida afetada diariamente, pois as dores crônicas são debilitantes e afetam o humor e a resistência. Ao contrário da dor aguda, que é consequência de uma lesão e dura pouco, a dor crônica dura semanas, meses, anos ou até a vida toda.

Nos Estados Unidos, por exemplo, no período de 1 ano, 36 milhões de americanos deixaram de trabalhar por causa de dor crônica de alto impacto. Segundo os centros de controle e prevenção de doenças norte-americano CDC (Centers for Disease Control and Prevention), pessoas com 45 anos ou mais têm maiores chances de ter dores crônicas nas costas. A Harvard Health Publishing publicou que as mulheres têm maiores riscos de desenvolver os quatro tipos mais comuns de dores crônicas, e 85% da população que sofre de enxaqueca são mulheres.

Outros dados sobre dor crônica

Os fumantes têm mais chances de desenvolver dores crônicas do que os não-fumantes. O tabagismo pode piorar a condição de pacientes com artrite e outras doenças reumáticas.

Há uma ligação estreita entre dor crônica e pobreza. A população mais pobre é muito mais afetada pelos efeitos da dor crônica de alto impacto. A obesidade é outro fator de risco: de acordo com o Healthline, aproximadamente 50% dos pacientes obesos procuram ajuda médica reclamando de dor crônica leve a intensa. O Healthline também observou que 3 em cada 4 pacientes com dor crônica sofrem de depressão como resultado da dor constante de alto impacto.

Distúrbios do sono são bem recorrentes nos pacientes com dor crônica, seja insônia clínica, apneia ou qualquer outro.

A dor lombar é o tipo de dor crônica mais comum, seguido de dor nas costas e enxaqueca.

Canabidiol e dor crônica

Segundo a WebMD, 58% dos pacientes que sofrem com dores crônicas conseguem manejar a dor com o uso de drogas à venda nas farmácias. Apesar da indústria farmacêutica investir maciçamente em pesquisa, poucos avanços foram feitos nesse sentido.

Um dos tratamentos promissores é o uso de cannabis medicinal. Ela é usada como tratamento de doenças neurodegenerativas e dor crônica, com aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O canabidiol, um dos componentes da cannabis, possui mecanismos moleculares e efeitos analgésicos que agem em dores crônicas, segundo pesquisa da International Journal of Molecular Science. AThe Journal of Pain tratou dos efeitos nas dores de cabeça crônicas e enxaqueca.

Há receptores canabinóides no sistema límbico (que regula as emoções), no hipocampo (relacionado às memórias) e na medula espinhal. O canabidiol age diretamente no mecanismo central de dor, e também na parte emocional, do sofrimento relacionado à dor. A cannabis medicinal controla os estímulos neuropáticos, uma vez que os receptores canabinóides estão distribuídos no corpo, gerando uma resposta mais eficaz na dor crônica. 

Seu uso oferece menos efeitos colaterais e não há contra indicação para o uso associado a outros medicamentos para tratamento de dor crônica. Essa combinação pode aumentar a eficácia do tratamento tradicional e até diminuir a dosagem dos remédios alopáticos. 

Cabe ressaltar que não há nenhum tipo de contraindicação, não há risco de adição (o paciente ficar viciado no medicamento) e até hoje nenhuma complicação fatal. O canabidiol é seguro, com uso para pacientes de todas as idades, desde crianças a idosos. 

Somente o médico pode prescrever o canabidiol para interação com outros medicamentos, pois pode haver potencialização ou inibição da ação deles associados.

Atualmente, há um leque de opções de estudos com o uso do canabidiol em diversas doenças.

Suas características analgésicas e imunossupressoras já demonstram um grande potencial terapêutico. No mundo todo, o canabidiol já é comercializado para o tratamento da epilepsia, Parkinson, Alzheimer e analgesia em doentes oncológicos terminais e pacientes com dores crônicas.. 

Embora o canabidiol ainda seja um tabu por causa da maconha usada para fins recreativos, é muito importante entender que esse é um tratamento médico sério, com diversos estudos, cujo objetivo é apenas trazer melhor qualidade de vida aos pacientes com dor.

Em caso de dúvida, procure o profissional da área da saúde de confiança.

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