Já debatemos aqui sobre a importância da campanha do Outubro Rosa, como surgiu e como podemos ajudar a causa. Hoje, nos aprofundaremos nas causas, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.
Causas do câncer de mama
O câncer em geral não tem uma causa específica, são inúmeros os fatores que podem ser associados ao desenvolvimento da doença. No caso do câncer de mama, há alguns fatores a mais, que trazem um risco aumentado, como:
- Ser mulher ou homem trans – embora raro, homens cis podem ter câncer de mama;
- Histórico prévio de alteração da mama;
- Histórico prévio de câncer de mama – o paciente com histórico de câncer de mama em um dos seios tem maiores chances do desenvolvimento do tumor na outra mama;
- História familiar de câncer de mama;
- Mutação genética que aumenta o risco de câncer (as mais conhecidas são as BRCA1 e BRCA2);
- Fator etário;
- Exposição à radiação em tratamentos no peito até o início da fase adulta;
- Obesidade;
- Menstruação precoce;
- Menopausa em idade avançada;
- Nunca ter engravidado ou ter passado pela primeira gestação após os 30 anos;
- Uso de medicamentos de terapia hormonal pós-menopausa;
- Consumo de bebidas alcoólicas.
Encaixar-se em um ou mais fatores de risco não significa um diagnóstico pré-estabelecido. Cada corpo funciona e reage de maneiras peculiares. O importante é focar na prevenção.
Câncer de mama: prevenção
Como o câncer de mama é uma doença causada por múltiplos fatores, não há uma medida preventiva que seja 100% eficaz. No entanto, durante a cerimônia de abertura do Outubro Rosa 2021, o INCA (Instituto Nacional de Câncer), que é o maior órgão de prevenção, controle e combate ao câncer no país, informou que hábitos saudáveis podem reduzir incidência de câncer de mama em 13% e poupar mais de R$ 100 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde). Em 2020, cerca de 8 mil pacientes poderiam ter evitado desenvolver câncer de mama.
Entre esses hábitos, encontram-se:
- prática regular de atividades físicas;
- alimentação saudável e balanceada, evitando os ultra processados;
- ingestão mínima de bebidas alcoólicas;
- manutenção do IMC (índice de massa corpórea) dentro da faixa de normalidade, pelos dados atribuídos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) – veja como calcular aqui;
- sempre que possível, não fazer uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e reposição hormonal.
- amamentação, para as mulheres que gestaram.
Além da adoção dos hábitos saudáveis, realizar exames periódicos (como a mamografia) é fundamental para identificar e combater a doença em estágios iniciais, se necessário.
Câncer de mama: diagnóstico precoce
Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso do tratamento. Embora as recomendações mais conservadoras fossem de realizar os exames a partir dos 40 anos, o número de pacientes mais jovens tem aumentado.
A enfermeira de saúde da família Luana Diniz, que é residente da Clínica da Família Recanto do Trovador no Rio de Janeiro, diz que “o importante é toda mulher saber quando entra na idade de risco, e que o SUS oferece mamografia, sem muita burocracia. É só passar em consulta na UBS (Unidade Básica de Saúde) e solicitar a mamografia”.
O número de mulheres na faixa entre 50 e 69 anos que nunca fizeram mamografia caiu de 31,5%, em 2013, para 24,9%, em 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde.
Não espere até que os sintomas apareçam: pelo menos uma vez por ano procure um médico para realizar um check-up completo.