Conscientização da Dislexia

Em 2021, a Semana da Dislexia será comemorada entre 4 e 11 de outubro, e engloba o Dia Mundial da Dislexia, celebrado no dia 8 de outubro aqui no Brasil.

A Associação Brasileira de Dislexia e o CEDA (Centro Especializado em Distúrbios de Aprendizagem) promovem uma agenda com vídeos, entrevistas e lives durante toda a semana. Confira aqui a programação.

O que é dislexia?

A dislexia é um distúrbio genético que se caracteriza pela dificuldade na leitura/escrita das palavras. O cérebro não relaciona corretamente os sons das sílabas e tem dificuldade para conectar letras e formar as palavras. Com isso, a pessoa troca a ordem de determinadas letras ao ler e escrever. 75% das crianças diagnosticadas com dislexia são do sexo masculino. Embora a fase de alfabetização seja a mais fácil de perceber o distúrbio, não é raro que casos mais leves sejam identificados na adolescência ou fase adulta.

Tipos de dislexia

Há diversos graus de intensidade e tipos de dislexia. Os mais comuns são:

Os tipos mais comuns de dislexia são:

Dislexia visual ou diseidética

Caracterizada pela dificuldade em tarefas que envolvam percepção e discriminação visual, como diferenciar o lado direito e o esquerdo, tamanhos e formas de objetos e por erros na leitura devido à má visualização das palavras. A troca da letra b pela d é recorrente nas pessoas com dislexia visual.

Dislexia auditiva ou disfonética

Nela ocorre um déficit na na diferenciação, análise e nomeação de sons na fala, impactando também na nomeação de rimas e séries. A dificuldade da percepção dos sons pode trazer também complicações com a fala. É o tipo mais frequente.

Dislexia mista ou visuoauditiva

Quando há mais de um tipo de dislexia. Nesse caso, a dificuldade se dá tanto na análise fonética das palavras como na percepção de letras e palavras completas. A leitura é um grande desafio para as pessoas com dislexia mista.

Dislexia: sintomas

Os sintomas apresentados são os mesmos para crianças, adolescentes ou adultos, mas são mais facilmente percebidos quando a criança está em processo de aprendizagem e alfabetização: na primeira infância (do nascimento aos 6 anos) e na idade escolar.

Sintomas observados na primeira infância

Pais e tutores devem estar atentos aos seguintes sinais:

  • Atraso na coordenação motora;
  • Atraso da fala e linguagem;
  • Dispersão;
  • Dificuldade em aprender músicas e rimas;
  • Falta de atenção;
  • Falta de interesse por livros.

Sintomas observados na idade escolar

Aqui, os professores e pedagogos são os maiores aliados dos pais – pois a maioria dos sinais são apresentados na escola, tais como:

  • Dificuldade na leitura e escrita, no processo todo;
  • Desatenção às aulas;
  • Dispersão;
  • Dificuldade em copiar palavras, frases e textos de livros ou do quadro;
  • Dificuldade em manusear livros de consulta, como mapas e dicionários;
  • Desorganização geral;
  • Dificuldade em ler em voz alta e compreender o que foi lido;
  • Problemas com autoestima/timidez excessiva.

Dislexia: tratamento

Como o diagnóstico precisa de uma equipe plural para ser feito (neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo ou psicopedagogo), o tratamento também é multidisciplinar. 

O acompanhamento com fonoaudiólogo e psicólogo/psicopedagogo ajuda a criar estratégias para superar as dificuldades com a fala e a leitura das palavras, e com as demais barreiras da rotina.

Há também dois métodos de alfabetização utilizados para o tratamento de crianças disléxicas:

  • O método multissensorial, que permite uma maior exploração sensorial e o desenvolvimento de diferentes capacidades perceptivas da criança,facilitando a alfabetização. É mais indicado para crianças mais velhas, com experiências improdutivas no método de aprendizagem tradicional.
  • O método fônico, que prioriza o ensino dos sons dos grafemas do alfabeto, começando com as letras mais simples (vogais) para as mais complexas (consoantes), e só depois formando sílabas e palavras. Há um ciclo de alfabetização bem definido: cada letra é aprendida como um fonema que, associado a outras letras, formam sílabas, palavras, frases e textos. O ideal é que seja utilizado logo no início da alfabetização, com crianças mais jovens.

A dislexia não tem relação com inteligência. Pessoas com dislexia são criativas, curiosas e costumam ter facilidade com cálculos. Saber identificar os primeiros sintomas e iniciar o tratamento evita que a criança cresça com problemas de autoestima e autoconfiança. 

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