Marcelo Mazza, presidente da SBN – Sociedade Brasileira de Nefrologia, avalia que a doença renal crônica atinge um a cada dez adultos, e por isso já pode ser considerada epidêmica. E infelizmente a incidência vem aumentando a cada ano.

A doença renal crônica (DRC) é uma lesão nos rins que se mantém por pelo menos três meses e acarreta consequências para o funcionamento do órgão.

Dados da doença renal crônica no Brasil

No Brasil, mais de 20 mil brasileiros por ano iniciam tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal.

A SBN, que faz um trabalho de excelência na divulgação de informações, pesquisa e prevenção das doenças renais, observou que a demanda pelo tratamento de diálise cresce anualmente, mas a rede de atendimento não consegue acompanhar o aumento na mesma proporção. As regiões mais distantes e menos favorecidas são as que mais sofrem o impacto.

Em 2020, no Dia Mundial do Rim, médicos e pacientes renais se reuniram no Senado para discutir as políticas públicas envolvendo as DRC. Os dados coletados e apresentados lá mostravam que 133 mil pessoas dependiam de diálise no Brasil e esse número cresceu 100% na última década.

Apenas 7% das cidades do Brasil têm serviço de diálise. A taxa de mortalidade da doença é de 15% ao ano.

Doenças renais

Em regra, as doenças renais crônicas pouco ou não apresentam sintomas no estágio inicial. A prevenção e a detecção precoce são as ferramentas mais eficazes de combate. As doenças renais mais comuns são:

• Cálculos renais (pedra nos rins);
• Infecção renal;
• Cistos renais;
• Tumor ou câncer de rim;
• Insuficiência renal

Doenças renais: Principais fatores de risco

• Diabetes, tanto a tipo 1 quanto a tipo 2;
• Hipertensão arterial (valores de pressão arterial acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 a 2 semanas);
• Obesidade (IMC > 30);
• Histórico de doença do aparelho circulatório, como doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica ou insuficiência cardíaca;
• Histórico familiar de doença renal crônica;
• Tabagismo.

Sintomas e prevenção

O fator primordial para evitar o avanço da DRC é a prevenção. Observar os primeiros sintomas e acompanhamento médico são indispensáveis.

Principais sintomas

• Pressão alta;
• Inchaço e edemas ao redor dos olhos, nas pernas e pés;
• Fraqueza constante;
• Náuseas e vômitos frequentes;
• Dificuldades ao urinar (queimação ou dor quando urina, urinar muitas vezes, principalmente à noite, urina com aspecto sanguinolento, urina com muita espuma);
• Dor lombar que não piora com movimentos;
• Histórico de pedras nos rins.

Prevenção

• Prática regular de exercícios físicos – ao menos 150 minutos por semana, de acordo com a OMS;
• Redução do consumo de sal, carne vermelha e gorduras;
• Manutenção do peso corporal, pressão arterial, colesterol e a glicose sob controle;
• Não fumar;
• Não abusar do consumo de bebidas alcoólicas;
• Ingestão abundante de água;
• Realização de exames laboratoriais para checar a dosagem de creatinina e ureia no sangue e análise da urina.

Um estilo de vida saudável envolve pequenas mudanças no dia-a-dia. Trocar os elevadores por escadas, monitorar a quantidade de água ingerida, comer menos alimentos processados e sempre que possível, se movimentar.

Cuide-se.