Opióides estão associados a altas taxas de abuso, dependência e overdoses.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), cerca de 37% da população brasileira relatam sentir dor de forma crônica. Trata-se de quase 60 milhões de pessoas. É uma condição debilitante, que reduz drasticamente a qualidade de vida dos pacientes, e tem efeitos na saúde física, mental, financeira e comportamental. Embora os opióides sejam cada vez mais usados como tratamento da dor crônica, o canabidiol é a solução com maior impacto na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. 

Opióides e tratamento da dor crônica

O ópio é uma substância extraída da papoula, que dá origem a medicamentos como codeína, tramadol, metadona, fentanil, morfina e oxicodona, e à heroína, droga ilícita. Durante o século XVI, substâncias à base de ópio eram usadas para tratar problemas psiquiátricos, tosse, diarréia e dores. 

Atualmente, os opióides são usados como analgésicos de benefício definido para atenuação de dores. No entanto, como a substância induz um estado de bem estar, por meio da liberação de dopamina, a indicação de uso precisa ser muito bem avaliada. O uso prolongado desses analgésicos pode levar ao surgimento de dependência química e redução da tolerância e perda da eficácia analgésica. Além disso, como a maioria dos medicamentos, esse produto tem inúmeros efeitos colaterais.

Canabidiol para reduzir o uso de opióides

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention), órgão americano de prevenção e controle de doenças, divulgou um relatório onde, em 2020, mais de 90 mil pessoas morreram no país de overdose de medicamentos, e a maioria dessas mortes deveu-se a overdose por opioides – mais de 55 mil overdoses de opióides.

No Brasil, ao longo dos últimos anos, houve um aumento desproporcional nas prescrições de opióides. De acordo com os dados de uma pesquisa realizada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), durante o período de 2009 a 2015, houve um aumento de 465% de prescrições – ou seja, passamos de 1,6 milhão para 9 milhões de pacientes no país.

O canabidiol (CBD), extraído da Cannabis, é uma substância que vem sendo amplamente utilizada para o manejo da dor, principalmente em pacientes oncológicos, já que os efeitos colaterais do CBD são escassos e de pouco impacto. 

Por isso, 28 instituições acadêmicas dos EUA e Canadá montaram uma equipe multidisciplinar em 2020, para estudar o desmame dos analgésicos opióides com o CBD. Um artigo publicado no The International Journal of Clinical Practice em novembro de 2020 utilizou o método Delphi para introduzir e titular CBD, enquanto se desmama analgésicos baseados em opióides em pacientes com dor crônica.

Num primeiro momento, o CBD age diminuindo os efeitos colaterais dos opióides (irritabilidade, insônia, náuseas,  perda de apetite, constipação intestinal e fadiga, por exemplo) e reduzindo o desenvolvimento de tolerância ao medicamento, e consequentemente, a frequência do aumento da dosagem.

O CBD é usado com sucesso na gestão da dor crônica, seja ela de qualquer ordem. Além da diminuição da dor, há aumento da tolerância à dor, melhora da qualidade de vida e retorno às atividades rotineiras.

Seja para reduzir os efeitos colaterais dos opióides, reduzir as doses ou substituí-los no tratamento contínuo, o canabidiol é uma excelente ferramenta para os pacientes com dores crônicas terem mais qualidade de vida e melhora no quadro geral. Procure um profissional de saúde informado sobre as vantagens do CBD.